quinta-feira, 9 de abril de 2015

A segunda chance

Jorge Adelar Finatto

photo: jfinatto
 
Eu acho que todo mundo devia receber uma segunda chance na vida. O teatro da vida acontece em apresentação única. É muito difícil, impossível aliás, representar o papel que nos cabe sem cometer erros.
 
O que você pensa disso, raro leitor?
 
O perdão é uma grande invenção. Está aí para ser usado. É dando que se recebe, diz o velho e sábio brocardo. Quem não precisa ser perdoado de algo?

Quando era adolescente, conheci de vista um oficial alemão nazista, que lutou na 2ª Guerra Mundial. Ele veraneava numa casa ao lado daquela onde eu estava. Não tinha a menor idéia do que ele fez durante a guerra.

Só sei que todas as tardes, quando o sol baixava, ele vinha se sentar no pátio. A mulher dele sentava em sua frente e lia a Bíblia em alemão, em voz alta, por cerca de uma hora. Todo santo dia. Ela falava um pouco de português. Ele era sempre calado.

Eu via aquela cena e ficava a imaginar o que aquele homem teria feito. E me perguntava se alcançaria o perdão.

Quando falo numa segunda oportunidade, me refiro a pessoas comuns, gente que erra porque é humana e também porque é cabeçuda e arrogante, mas cujos erros não são maquinações de lesa-humanidade.

Estava indo nessa linha de pensamento quando surgiu Filipo, o papagaio incherido que me acompanha nas navegações com o veleiro Solitário, e ele veio com esta:

- Muito bonito, capitán! Mas vamos aprofundar um pouco a questão. Você considera que Hitler e outros assassinos cruéis como ele merecem outra chance?

Essa é uma típica ponderação filipense, conforme já devem ter visto em outros textos aqui no blog. Respondi, então, à ave abelhuda:

-  Nobre Filipo. Eu penso que gente como essa, a que você se refere, não merece outra chance nem nessa nem em outra existência. Com exceção daqueles que cometem barbaridades sem saber o que estão fazendo (no caso de perturbações mentais graves ou desenvolvimento mental insuficiente). Também não fazem jus ao perdão aqueles que cometem violências como tortura e outras de extrema gravidade.

- Da mesma forma não devem merecer perdão os grandes ladrões da nação, tão em voga atualmente, que roubam ou deixam roubar o patrimônio público, lesando milhões e milhões de pessoas.

Respondi essas coisas assim, mas esclareci em seguida, ao entrudo papagaio, que só quem tem a última palavra no assunto é Deus, que não erra.

Que eu nada sei. Não imagino sequer se serei perdoado pelos erros cometidos. Do alto da minha ignorância, contudo, e em causa própria, espero que sim.
  

Museu Casa Natal de Cervantes



El Museo Casa Natal de Cervantes celebra durante 2015 los 400 años de la publicación de la segunda parte del Quijote. A partir del 7 de marzo, y hasta mayo, todos los sábados tendrán lugar animaciones teatrales destinadas a todos los públicos, Quixancho encadenado. Mes a mes, los asistentes podrán adentrarse en algunos de los episodios más emblemáticos de la segunda parte del Quijote. 

En dos pases, a las 11.30 y 12.30 h., narrador y público se entremezclarán para dar vida a tres historias enlazadas cuyo protagonista, Sancho, será el hilo conductor. El inmortal escudero del Quijote, su fiel compañero, acompañará a los asistentes a torneos de caballeros, a celebrar la boda de la bella Quiteria o se asomará con ellos al misterio de la cueva de Montesinos.

Para acudir no es necesaria inscripción previa. La entrada es libre, con aforo limitado. Durante las representaciones el acceso a la casa museo permanecerá cerrado.

FECHAS:
Sábados, 11, 18 y 25 de abril; 2, 9, 16, 23 y 30 de mayo de 2015

HORARIOS:
11.30 y 12.30h 

DURACIÓN:
20 minutos

ACTIVIDAD GRATUITA

AFORO LIMITADO

Calle Mayor 48, Alcalá de Henares, Madrid
+ INFO

museocasanataldecervantes@madrid.org


Museu Casa Natal de Cervantes:
http://www.museocasanataldecervantes.org/animacion-teatral-quixancho-encadenado/