domingo, 11 de janeiro de 2015

Nelson Jungbluth

Jorge Adelar Finatto
 
Rendeira, 1981. Hotel Laje de Pedra. N.Jungbluth. photo: jfinatto

Convivi menos do que gostaria com o artista plástico Nelson Jungbluth (1921-2008). Os primeiros contatos foram para convidá-lo a fazer a capa do Caderno de Literatura nº 15, da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, em 2007. O tema daquele número foi O Brasil que veio da África. A capa, assim como toda a revista, ficou uma beleza.

detalhe Rendeira
 
Devo ter ido à casa do artista umas três, talvez quatro vezes. Falamos ao telefone em outras ocasiões. O último encontro foi num jantar, em Porto Alegre, com a escritora Helena Jobim, irmã do maestro Tom Jobim, para o qual o convidei.

Vendedor de peixes, 1981. Hotel L.de Pedra. N.Jungbluth. photo: jfinatto
 
Apesar do pouco tempo que durou nossa relação, sentia-me como se já o conhecesse há muito. Havia histórias, muito talento, generosidade e simplicidade no seu ateliê, no subsolo de sua casa. Era muito bom conversar com o Nelson, principalmente ouvi-lo. Ele tinha muita energia e entusiasmo pela vida e pelo trabalho.
 
Trabalhou com grande sucesso na publicidade (entre outras coisas, criou a Rosa-dos-ventos como símbolo da Varig, sendo responsável também pela identidade visual da empresa desde que nela entrou em 1946).

Um dia resolveu abandonar tudo para dedicar-se somente a sua arte. Foi um bem para arte.

Moça com cerâmicas, 1981. Hotel L. de Pedra. photo: jfinatto
 
A obra que construiu é original e vigorosa. É fácil identificar seu traço, nas formas, temas e cores vivas de suas pinturas.

A figura do gaúcho, nas suas mãos, ganhou encanto.
 
Tomando café da tarde no Hotel Laje de Pedra, o que faço com certa freqüência, essas recordações me vieram ao reencontrar alguns dos quadros de Nelson na parede. Há vários. Estão ali há muitos anos e não me canso de admirá-los. Fiz as fotos para ilustrar essas breves memórias e homenagear o amigo. 
 
detalhe Vendedor de peixes
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photos tiradas em 10/01/2015


4 comentários:

  1. Adelar, tivestes na vida oportunidade de conviver com figuras ímpares, daquelas que a humanidade não produz mais. pena isso, mas resta sempre a Arte que supera a morte e sempre estará disponível ao embevecimento dos outros. Abraço. Ricardo mainieri

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  2. No caso do Nelson, a arte que ele deixou é um belo testemunho de vida. Várias de suas pinturas estão na internet e podem ser admiradas. Se a vida é um suspiro, a arte sobrevive aos criadores e continua respirando. Um abraço, Ricardo.

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  3. COnheci o Nelson Jungbluth na publicidade onde eu tb trabalhava. Tenho saudade daquela figura ímpar. Acho que o Rio Grande homenageia pouco um artista que fez tanta coisa linda por aqui. Acho que o Nelson merecia mais. Um abraço, poeta! ADorei as livrarias bonairenses e a conversinha ao pee do ouvido con el pajarito em Montevideo.

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  4. Muchas gracias, Graça!
    Un beso del pajarito!

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