domingo, 27 de julho de 2014

O pintor do pôr-do-sol

Jorge Adelar Finatto
 
photo: j.finatto
 
Quantos lápis de cor são necessários pra pintar o pôr-do-sol?

Não tenho idéia. Mas uma coisa eu sei: que há uma grande arte nas mãos de quem o faz, lá isso há. Tamanho engenho, arte tamanha.

Estava pelo entardecer quando olhei em direção às montanhas. Aqueles traços e cores me invadiram o coração.

Na ilusão - sempre ela - de aprisionar aquele efêmero instante de luz e forma, peguei a velha Coruja e fui até a varanda do escritório fotografar. O caçador de imagens em busca de novas e urgentes revelações do Grande Artista.

O sol caía atrás das nuvens. Os últimos pássaros retornavam aos ninhos.

A breve hora do adeus de mais um dia.


photo: jfinatto


As imagens, sem qualquer retoque, aí estão.

O mérito de tanta beleza é de quem inventou o cenário e pinta diariamente as cores do crepúsculo. Um artista caprichoso e único.

Em todos os finais de tarde ele senta-se diante da tela com seus lápis, régua, compasso, esquadro, pincéis e tintas e constrói as linhas e as cores de mais um pôr-do-sol.

O Grande Artista distribui sua arte amorosamente para quem quiser e souber ver, pobres e ricos, felizes e infelizes, bons e maus.

Observadores fugazes e privilegiados, a inefável pintura penetra fundo nosso espírito, nos sentimos parte de algo maior e mais belo. Salve o Grande Artista!

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Texto revisto, publicado em 19 de dezembro, 2012. 

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