sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Pilar, José e a rosa

Jorge Adelar Finatto 
 
photo: j.finatto
 
Todas as manhãs Pilar del Río cuida da rosa que cultiva ao lado da antiga oliveira que abriga, entre suas raízes, as cinzas do escritor português José Saramago (1922 - 2010), primeiro e até agora único Prêmio Nobel de Literatura de língua portuguesa.
 
photo: j.finatto

O fato acontece por volta das 9h na pequena praça em frente da Fundação José Saramago, na Rua dos Bacalhoeiros, em Lisboa, perto do Tejo.

Pilar também tira o pó do banco de mármore como se em seguida alguém fosse ali sentar para ler um livro ou simplesmente descansar à sombra da oliveira, transplantada da aldeia de Azinhaga, na Província do Ribatejo, onde nasceu Saramago. 
 
photo: j.finatto
 
Esta é a primeira atividade do dia da jornalista espanhola, viúva do escritor, que preside a fundação. O edifício onde está instalada leva o nome de Casa dos Bicos e pertence ao município. Foi construído no século XVI e  teve por modelo o Palácio dos Diamantes, em Ferrara, Itália. 
 
photo: j.finatto. Casa dos Bicos
 
A rega, o cuidado da flor, do lugar, da memória.
O cálido gesto de Pilar vale um milhão de palavras.
Um homem só morre de verdade quando deixa de ser amado.

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José Saramago, presença e falta:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2011/06/jose-saramago-presenca-e-falta.html

Pilar del Río: "Não há democracia" (jornal Expresso, Portugal):
http://expresso.sapo.pt/pilar-del-rio-nao-ha-democracia=f747258