quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Conversa no scriptorium: primeiro ano do blog

Jorge Adelar Finatto


Não alimento a ilusão do devorador de livros. Sou um leitor calmo e persistente. Nem me atenho demasiado ao cânone. Já li muita bula de remédio e texto de pacote de maisena. Pequenas notícias de jornal podem guardar preciosidades. Descobri frases e versos memoráveis em livros considerados menores. Li grandes embromações de autores famosos.

O lugar onde me sinto menos sozinho, nesse velho mundo de Deus, é o território dos livros. Pode ser a biblioteca, a praça, o escritório, o ônibus, metrô, avião ou trem. Muita vida há nas páginas impressas. Uma existência de tinta e papel. Sim, agora chegou também o livro eletrônico. Não digo que dessa água não beberei.

Corações solitários e livros são bons companheiros. Se além do livro a criatura tiver o luxo de um abraço, então é o passeio no paraíso.

Essas anotações vêm à luz do dia bonito que faz hoje aqui. Esse respirar claro. Na rua em frente o flamboyant é todo flor. Nunca nos falte.

Quero compartilhar com você esse dia luminoso. E agradecer o primeiro ano de convivência no blog que hoje se completa.

Uma joaninha marrom com bolinhas brancas resolveu caminhar sobre o teclado. O mínimo que posso fazer diante da doce visita é desligar a máquina.

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Ilustração: Scriptorium, Monk at work. Autor: William Blades (1824-1890). Domínio público. Fonte: Wikipédia.

Livro Europeu do Ano para Roberto Saviano e Sofi Oksanen



O italiano Roberto Saviano foi distinguido com o Prémio Livro Europeu do Ano, na categoria de não ficção, com A Beleza e o Inferno, e a finlandesa Sofi Oksanen venceu na de ficção, com o romance Purge. O júri, presidido pelo escritor e realizador alemão Volker Schlöndorff, decidiu premiar dois livros marcados pela violência que se exerce no norte e no sul do continente europeu. Purge (Puhdistus, em finlandês), editado pela Stock e já distinguido com o Prémio Femina Étranger 2010, relata a violência de que foram vítimas as mulheres estónias durante a ocupação soviética. Filha de mãe estónia e pai finlandês, Sofi Oksanen tem 32 anos e venceu em 2008, ano em que foi publicado o seu romance na Finlândia, os três maiores prémios literários do país, entre os quais o equivalente ao francês Goncourt. O Prémio Livro Europeu do Ano é organizado pela União Europeia e tem como objectivo promover os valores europeus e contribuir para uma melhor compreensão dos cidadãos da União Europeia como entidade cultural. (fonte: Público)

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Publicado por Casa Fernando Pessoa, Lisboa, em 13/12/2010, às 15:39, no seu blog: http://mundopessoa.blogs.sapo.pt/
A grafia é a de Portugal.