domingo, 21 de março de 2010

Refúgio

Jorge Adelar Finatto


Tudo tão frágil na vida
o mundo inteiro cabe num abraço

Medos povoam a insônia
a chuva lá fora é a infância
com seus tesouros submersos
no navio sem leme nem capitão
do tempo

Melhor me refugiar no teu corpo
fingir que tudo está tranquilo
arranjado e bom
como no útero

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21 de março - Dia Mundial da Poesia
Poema do livro O Fazedor de Auroras, J.Finatto. Instituto Estadual do Livro, Porto Alegre, 1.990.

Um comentário:

  1. Por vezes, Adelar, um certo sentimento regressivo é bom.
    Quando o mundo parece nos esmagar com seus compromissos, suas objeções, sua escancarada desigualdade, pensamos em nosso primeiro refúgio.
    Este poema reflite este desejo, de forma acessível ao leitor.

    Abraço.

    Ricardo Mainieri

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